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Pedro Valente da Silva aponta os desafios da UE e a luta contra a abstenção nas europeias

O chefe do gabinete do Parlamento Europeu mostra-se "desiludido" com o reduzido foco dado aos temas europeus na última campanha eleitoral.

Pedro Valente da Silva aponta os desafios da UE e a luta contra a abstenção nas europeias

A um mês das eleições europeias, o chefe do gabinete do Parlamento Europeu (PE) espera ver debatidos temas como o alargamento da União Europeia (UE) e a segurança/defesa, assuntos pouco falados durante a última campanha para as legislativas.

"Confesso que fiquei algo desiludido, porque penso que os temas europeus não foram muito discutidos na campanha eleitoral. (...) Agora acho que era bastante útil que se discutissem alguns temas como o alargamento da UE ou a questão da segurança e defesa", sublinha Pedro Valente da Silva em entrevista à redação do grupo Bauer (Rádio Comercial/M80/Cidade FM/SmoothFM/Batida FM).

A nível da segurança, Pedro Valente da Silva reconhece a grande dependência europeia face aos Estados Unidos, sublinhando, por isso, a importância da UE reforçar a autonomia e haver maior cooperação entre os Estados.

Sobre a questão dos migrantes, o responsável reconhece que é uma questão complexa, porque a UE precisa de imigrantes, mas devem ser criadas condições para acolher estas pessoas com dignidade.

O grande desafio da luta contra a abstenção em Portugal nas eleições europeias


Apesar dos barómetros apontarem para uma grande afeição dos portugueses ao projeto europeu, a verdade é que a participação nas eleições tem sido muito reduzida. Nas últimas europeias, em 2019, a afluência foi de cerca de 30%.

O chefe do gabinete do Parlamento Europeu em Portugal diz que é difícil encontrar uma justificação racional, mas aponta dois possíveis cenários: "ou porque erradamente consideram que estas eleições são de segunda ordem, ou então as pessoas estão contentes com a forma como a UE opera e não sentem necessidade de votar".

Questionado sobre se há ainda um grande desconhecimento sobre o que se decide na UE, Pedro Valente da Silva lamenta a situação, porque há muita informação disponível e cabe também aos cidadãos procurar informar-se.

O responsável sublinha ainda que a União Europeia está presente em vários aspetos da vida nacional: "é rara a infraestrutura em Portugal que não tenha sido construída com dinheiro europeu, e calcula-se que 80% de tudo o que é legislação dos estados membros foi aprovada por órgãos europeus."

Por isso, é importante votar nas europeias. Este ano, pela primeira vez, será possível votar em qualquer mesa do país no dia das eleições.

Além do voto em mobilidade no dia 9 de junho, continua a ser possível o voto antecipado no domingo anterior, dia 2 de junho, para o qual é preciso fazer a inscrição.

Esta quinta-feira celebra-se o Dia da Europa com várias iniciativas no país.

Pode ouvir em baixo a entrevista na íntegra aqui ao chefe do gabinete do Parlamento Europeu em Portugal:

Pedro Valente da Silva