Era o que Faltava
Temporada 3
Clara de Sousa
“Quando tens uma boa imagem, acham sempre que estás ali por ter uma carinha laroca”
Chegou meia hora mais cedo e antes da conversa disse que não tinha nada de interessante para contar. A verdade é que cinquenta e cinco minutos depois, Clara de Sousa não deixou nada por dizer e “não fugiu a qualquer pergunta”.
Sendo mulher, sentiu sempre que tinha de fazer mais. “Eu apanhei o jornalismo numa fase de transição (…) era claramente uma profissão de homens”. A jornalista confessa que na altura, e ainda hoje, as pessoas tendem a achar que se uma pessoa está numa determinada posição é porque se deve a outros fatores que não o talento. “Quando tens uma boa imagem, acham sempre que estás ali por ter uma carinha laroca”.
Em casa, revela que se emociona muito com algumas notícias. “Quando desligo o meu botão de estar a trabalhar e estou em casa, aí é muito fácil veres-me constantemente emocionada”. Em trabalho, diz estar a representar toda a redação e a postura já é diferente. “Há ali qualquer coisa enquanto profissionais que faz com que todos os meus sentidos estejam alerta para não me deixar emocionar tanto”.
Clara de Sousa destaca a função nobre do jornalismo na sociedade e diz trabalhar todos os dias para honrar a profissão. “O jornalismo tem um poder transformador. Ajuda a pensar, a serem cidadãos civicamente mais responsáveis, atuantes. Eu acho que estamos a fazer um favor à democracia e a toda a população”.