2022-10-04
A inspiração do filme
O filme protagonizado por Viola Davis e John Boyega estreia a 5 de outubro, com a Rádio Comercial.
Esta é a semana em que vamos ao cinema para ver um filme que segue o espectador para fora da sala, e que o leva a refletir. “A Mulher Rei” conta a extraordinária história de uma unidade de guerreiras que protegeu o Reino Africano de Daomé no início do século XIX, conhecidas por terem uma ferocidade diferente de tudo o que o mundo já viu. Realizado Gina Prince-Bythewood, o que vemos no grande ecrã é inspirado em fatos reais. O filme segue a General Nanisca enquanto treina a próxima geração de recrutas, e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir o seu modo de vida.
A rodagem decorreu na África do Sul que serviu de cenário à recriação do reino de Daomé que existiu no que é hoje o Benim, na África Ocidental. “A Mulher Rei” passa-se no auge do reinado de Ghezo, um monarca muito importante interpretado por John Boyega (“Star Wars”). É a única personagem que existiu mesmo. Foi ele que reuniu um exército como nenhum outro em África, composto por 6000 mulheres, todas com uniforme, outro fator distintivo da época. No continente africano eram conhecidas como Agojie. Na Europa, chamavam-lhes “Amazonas” por fazerem lembrar as guerreiras da mitologia grega.
A história que vemos no filme é ficção, mas leva-nos a pensar sobre o passado colonial de Portugal e do mundo. Consegue mostrar todos os lados da história – colonizados e colonizadores.
(Imagem de domínio público)
Viola Davis, Lashana Lynch, Thuso Mbedu e Sheila Atim são as quatro atrizes que encarnam outras tantas Agojie e, para melhor interpretarem o papel, treinaram muito. Três horas diárias de artes marciais, esgrima, treino com armas como espadas, lanças, catanas e hora e meia de corrida e pesos. A realizadora Gina Prince-Bythewood juntou-se às atrizes nos treinos e levou a sua experiência em filmes como “The Old Guard”, da Netflix, para tornar mais reais as cenas de ação em “A Mulher Rei”.
O argumento foi escrito por Dana Stevens (“A Cidade dos Anjos”) a partir de uma história de Maria Bello, a atriz que brilhou em filmes como “Coyote Ugly” e “Uma História de Violência”. Ela descobriu as Agojie em 2015, numa visita ao Benim. Se chegou até aqui a pensar “mas onde é que eu já vi mulheres como estas?”, vamos já à resposta: As Agojie são a principal inspiração para o regimento feminino Dora Milaje que serve de guarda ao Rei T’Challa em “Black Phanter” da Marvel Studios.
Em “A Mulher Rei”, a General Agojie Nanisca é interpretada por Viola Davis que conhecemos como “Amanda Waller” em “Esquadrão Suicida”, “Michelle Obama” na série HBO MAX “The First Lady”, e claro, “Annalise Keating” em “Como Defender Um Assassino”. Não há papel que ela não consiga interpretar. Ganhou uma das três nomeações ao Óscar como atriz secundária. Já foi uma vez nomeada como intérprete principal. Poderá vir a segunda nomeação com “A Mulher Rei”? Saberemos a 24 de janeiro quando se anunciarem os candidatos. Para já, Viola Davis, 57 anos, diz que, participar neste filme que mistura História com incríveis cenas de ação, “foi uma experiência de sonho”.
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