Ouça a Rádio Comercial, faça o download da App.

"Espero que este filme ajude as pessoas a abraçar o que são"

Atores e realizador celebram o legado de Chadwick Boseman em novo filme

Chega esta semana aos cinemas nacionais a sequela de um dos filmes mais importantes do Universo Cinemático da Marvel. “Black Panther – Para Sempre” leva-nos direitinhos ao mundo imaginário de Wakanda, uma nação africana altamente desenvolvida por causa da exploração de Vibranium, mas que vive longe dos olhos curiosos da sociedade. Em 2018, “Black Panther” bateu recordes de bilheteira, esteve nomeado para 7 Óscares e ganhou em 3 categorias. Foram as primeiras vitórias da Marvel Studios na cerimónia apesar das várias nomeações.
 
Este é o grande legado de um filme que perdeu a sua figura principal em 2020. Chadwick Boseman, o inspirador “Rei T’Challa”, morreu vítima de cancro no cólon. A Marvel Studios tinha grandes planos para a personagem, mas teve de repensar tudo. Em vez de fazer um novo casting, a opção foi assumir a morte da personagem. É aqui que começa “Black Panther – Para Sempre”, o segundo filme da saga. Com a morte de “T’Challa” a reflectir o que se passa na vida real.
 
O realizador Ryan Coogler, que também assina a direção do primeiro filme, teve de refazer um ano de trabalho. O resultado final é uma espécie de terapia colectiva pela perda de uma pessoa como Chadwick Boseman. “Black Panther – Para Sempre” é uma história de “tristeza e perda e mostra que não devemos enfrentar estes sentimentos sozinhos”, revela Ryan Coogler na conferência de imprensa global virtual na qual a Rádio Comercial marcou presença.
 
Kevin Feige concorda com o realizador e revela que o elenco queria “e precisava de continuar a história”. O presidente da Marvel Studios diz ainda que “o choque [da morte de Chadwick Boseman] transformou a tarefa de fazer o filme, mas sempre tendo como objectivo a celebração de Wakanda”. 
 
Letitia Wright e a sua personagem reflectem esta vontade de homenagear o legado. Se “Shuri” era um raio de luz no primeiro filme, na sequela é um poço de raiva e tristeza causadas pela morte do irmão. “A Shuri estava completamente protegida em realeza e no orgulho no irmão, que continua a herança do pai. Ela só queria criar e não tinha limites. Mas aqui, ela está de coração partido e o que fazemos com isso? Espero que as pessoas se identifiquem e que, a par de nós, encontrem conforto”, diz a atriz.
 
 

 
Em “Black Panther – Para Sempre”, o reino de “T’Challa” chora a perda do seu líder e vê-se confrontado com uma nova ameaça. Para além da cobiça das principais potências mundiais pelo Vibranium, uma nação subaquática oculta revela-se em defesa do minério e da sua identidade.
 
Esta é deixa para a apresentação de Namor, líder dos Talokan, uma nação submarina que também tem acesso ao poderoso minério e que declara guerra à superfície. Interpretado por Tenoch Huerta que considera o papel uma honra e uma grande responsabilidade. “Sou o antagonista. Muita gente identifica-se com Wakanda e com o que representa, eu incluído e sou o vilão que quer destruir esse legado. Felizmente, Ryan Coogler conseguiu torná-lo mais humano”. O grande desafio de Tenoch Huerta foi mesmo aprender a nadar e agora, já consegue estar cinco minutos debaixo de água.
 
Mabel Cadena interpreta “Namora”, fiel seguidora de Namor. É ela que revela que os atores da nação de Talakon tiveram de aprender várias línguas. No seu caso, a atriz mexicana teve de estudar inglês e Maia. “É a primeira vez que temos uma língua indígena representada em filme desta forma e sinto muito orgulho por isso. E o meu professor estava sempre a dizer-me ‘Mabel, quero que as minhas gentes sejam representadas com dignidade’. (…) Este filme tem muita diversidade, muitas cores e linguagens. Não é só um filme de super-heróis. ”
 
Tenich Huerta acrescenta: “É também sobre cultura e raízes. Espero que este filme ajude as pessoas a abraçar o que são. Ensinaram-nos a ter vergonha de nós próprios, mas está na hora de parar com isso. O erro está nos olhos que nos vêem e que nos julgam e, muitas vezes, somos nós próprios.”
 
“Black Panther – Para Sempre” de Ryan Coogler com Letitia Wright, Angela Basset, Tenoch Huerta, Lupita Nyong’o, Winston Duke, Dominique Thorne, Martin Freeman, Mabel Cadena e Florence Kasumba. Estreia com a Rádio Comercial a 10 de novembro. 
 
Clique para ver as 6 Fotos