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Esta é a última digressão como Coldplay?

Foi uma das muitas perguntas que o nosso Pedro Ribeiro fez a Chris Martin e Jonny Buckland numa conversa em Coimbra, mesmo antes de 4 concertos esgotados.


Esta é a última digressão que vão fazer como Coldplay? Esta foi uma das primeiras perguntas do Pedro Ribeiro na conversa que teve com Chris Martin e o guitarrista Jonny Buckland, horas antes de subirem ao palco para o primeiro de quatro espetáculos em Coimbra. O rumor foi colocado de lado, de imediato: “Não, acho que não. Mas é muito grande! Sim, temos um longo caminho a percorrer, por isso, quem sabe? Se durar 40 anos, então talvez seja a última!”|

No dia em que arrancou o maior evento musical de sempre em Portugal, a Rádio Comercial quis saber como é que a banda reage ao facto de ter repetidamente concertos esgotados em vários países. O vocalista dos Coldplay dá duas respostas a essa questão: “Uma é que estamos mais velhos e temos uma filosofia diferente em relação às digressões, que é o facto de termos decidido avançar um pouco mais devagar e não dizer quando a digressão vai terminar, mas nós aproveitamos estes intervalos. Então, andamos em digressão durante umas três semanas e depois fazemos uma pausa. E sentimos que, bem, esse é o nosso trabalho agora, significa que podemos deslocar-nos mais devagar para podermos ficar mais tempo num sítio.

 

“A maioria dos humanos gosta mesmo de outros humanos e adoram cantar juntos, beber juntos e dançar juntos!”

Mas isso não se torna rotineiro e normal? É a vez de Buckland responder: “Todas as noites são extraordinárias. Tu nunca pensas que é um dado adquirido. Porque, para nós, é genuinamente provavelmente mais agradável do que para qualquer outra pessoa!". Chris acrescrenta "e é a nossa vida, é o que fazemos. Esta é a primeira digressão em que sentimos que tínhamos canções suficientes para tornar este espectáculo fantástico”.

E acrescentam: “E também temos a tecnologia, e também temos, isto que vai soar...tenho de dizer isto com muito cuidado. O mundo para nós pode parecer muito assustador hoje em dia. As notícias e a guerra e isto e aquilo. Tanta negatividade a toda a hora. Então sentimos que, bem, vamos tentar fazer deste concerto um lugar onde não há problema em sermos nós próprios e ser livre e mostrar amor e compaixão pelos outros seres humanos. E é sobre isso que estamos a tentar cantar.

E por norma, o público responde a isso de forma positiva: “Sinto cada vez mais que as pessoas no público estão a ajudar-nos a perceber que é assim que a maioria dos humanos é. Sim, a maioria dos humanos gosta mesmo de outros humanos e adoram cantar juntos, beber juntos e dançar juntos. E nem tudo é guerra, nem tudo são coisas terríveis. Também há beleza por todo o lado. E o mesmo se aplica a mim, enquanto ser humano. Estou a adorar esta digressão porque faz-me lembrar como os seres humanos são bonitos.”

“Sinto que a comunidade LGBT está realmente a liderar a humanidade”

Na beleza dos seres humanos, está também a capacidade de assumir e aceitar, diz Chris Martin. “Sinto que a comunidade LGBTQ está realmente a liderar a humanidade porque são as pessoas que são suficientemente corajosas para dizer: "Na verdade, este sou eu". Não preciso de usar este uniforme nem de concordar com ele. Vou ser eu próprio.

O vocalista dos Coldplay acrescenta ainda que “normalmente, quando uma pessoa é ela própria, não deseja mal a ninguém. Toda a gente que eu conheço que é gay ou trans, seja o que for, se estiverem bem consigo próprios, só desejam coisas boas para os outros.

Martin sublinha a seguir que tem “muito respeito e amor por essa comunidade”, até porque foram uma ajuda, ao longo da vida do músico para “compreender a minha própria sexualidade, a minha própria maneira de pensar e a forma como quero lidar com as pessoas. É como se não tivesses de te conformar com algo que foi inventado há 300 anos se não for o que te serve, certo? E se toda a gente pudesse ser ela própria, penso que muitos problemas desapareceriam”.

Nesta conversa com o Pedro Ribeiro, os dois elementos dos Coldplay falaram ainda sobre Guilty Pleasures para defender que não existem e que cada um deve ouvir o que quer, sem pensar se é ou não adequado.

Os Coldplay contam ainda que no início da banda discutiam mais que agora. E contam também que hoje, as questões que geram maior debate acontecem à volta da música e nunca em torno de questões financeiras ou outra que nada têm a ver com o principal foco da banda.

 

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