"Top Gun: Maverick": Joseph Kosinski holograma em Lisboa
Realizador conversa com jornalistas portugueses sobre o novo filme com Tom Cruise no primeiro evento 5G em Portugal
Foram precisos 3800 desenhos e esboços e mais de 830 horas de cenas filmadas para criar o terceiro ato de “Top Gun: Maverick”. A revelação foi feita à Rádio Comercial por John Kosinski em Lisboa. O realizador da sequela de “Top Gun: Ases Indomáveis” participou esta manhã, sob a forma de holograma, no primeiro evento 5G feito em Portugal.
Trazer Joseph Kosinski a uma sala dos Cinemas Alvaláxia sem que ele saísse de Londres foi conseguido por mais de 100 pessoas, num esforço que durou 120 horas. Só assim foi possível interagir com o realizador como se ele estivesse presente no local através da rede 5G da NOS.
No evento apresentado por Vasco Palmeirim e no qual a Rádio Comercial esteve presente, foi possível fazer algumas perguntas ao homem que quis levar Tom Cruise de volta à escola de aviação Top Gun, 36 anos depois da estreia do filme realizado por Tony Scott a quem o filme é dedicado. Se, em 1986, Cruise era um ator que começava a dar nas vistas em Hollywood em filmes como “Cocktail” ou "Negócio Arriscado”, em 2022 é visto como um produtor exigente, com voz ativa em todos os trabalhos e que faz as próprias proezas. O seu maior sonho é fazer um filme na Estação Espacial Internacional. A Rússia chegou lá primeiro, mas só porque Tom Cruise tem estado ocupado a fazer dois filmes da saga “Missão: Impossível”.
O perfecionismo do ator foi também um obstáculo à concretização da sequela. Nesta passagem holográfica de John Kosinski por Lisboa, o realizador contou como foi convencer Tom Cruise a voltar aos aviões, quando ele disse sempre que para fazer a sequela tinha de ser como uma proeza ao nível de acertar “com uma bala numa bala”. Foram precisos 20 minutos. Ao fim desse tempo , “Tom Cruise ligou ao chefe da Paramount e disse-lhe ‘Vamos fazer este filme’. E foi assim”, contou Kosinski.
No novo filme, Pete “Maverick” Mitchell continua a voar nos limites como piloto de testes até ao dia em que tem de voltar à escola de pilotos Top Gun para uma missão que o leva a reencontrar-se com o passado.
Em Lisboa, Joseph Kosinski contou que os atores tiveram o curso básico de piloto. Em termos de produção, foi preciso pedir autorizações à Marinha e à Força Aérea, mas isso foi um processo fácil “porque encontrámos muitos militares que se alistaram porque gostaram do primeiro filme”.
Para a sequência final, a mais dura de toda a rodagem, os atores pilotaram quatro caças F18 Super Hornet a 60 metros de altitude. “Isso era essencial para mostrar a velocidade e a intensidade da missão”, filmada no Oceano Pacífico, na Costa da Califórnia e nas Montanhas Cascade, em Washington, quando estavam cobertas de neve. Vai ver muito verde neste filme, mas é nos blusões e nas fardas. O CGI do ecrã de croma ficou fora do plano de produção.
Com a ajuda de seis câmaras com qualidade IMAX dentro do cockpit foi possível filmar tudo o que lá se passava e ao pormenor. “É assim que se consegue ver o efeito da força da gravidade” na cara e no corpo de quem vai a pilotar o caça, contou Kosinski. “Foi um grande trabalho de equipa”.
Antes do evento holográfico, houve uma exibição do filme. Será que “Top Gun: Maverick” é tão espectacular como ver uma bala a acertar noutra? É. O filme estreia a 26 de maio com a Rádio Comercial.