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Cientistas indicam que borras de café melhoram eficiência energética dos edifícios

As borras de café, quando adicionadas a argamassas de reboco usadas na construção civil, melhoram a eficiência energética dos edifícios, indicam investigadoras da Universidade de Aveiro.

Cientistas indicam que borras de café melhoram eficiência energética dos edifícios
PIXABAY

Duas investigadoras da Universidade de Aveiro (UA) divulgaram hoje a descoberta de que as borras de café, quando adicionadas a argamassas de reboco usadas na construção civil, melhoram a eficiência energética dos edifícios.

A descoberta, publicada numa revista da especialidade, “potencia a utilização das borras de café como matéria-prima, que de outra forma vai parar a aterros sanitários, uma prática com enormes custos ambientais e económicos, e, ao mesmo tempo, diminui a necessidade do consumo de matérias-primas virgens, usadas até agora nas argamassas de reboco”.

“Por todo o mundo, só em 2021 o consumo de bebidas à base de café foi de cerca de 9.978 milhões de quilos”, sublinha Paula Seabra, investigadora do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO), uma das unidades de investigação da UA.

Segundo a investigadora, dada a enorme quantidade de borras de café que anualmente vão parar às lixeiras do planeta, “é possível a reutilização de resíduos de café moído em novos materiais de construção verdes, destinados a aplicações de termo reboco na construção, num contexto de economia circular”.

Os investigadores concluíram que “se as atuais argamassas de reboco forem constituídas por 10% de borras de café, substituindo o material agregado, usualmente areia”, estas “promovem uma diminuição da condutividade térmica de cerca de 47%, contribuindo para melhorar a eficiência energética dos edifícios”.

Para além das argamassas, as investigadoras estão já a estudar a utilização das borras de café no desenvolvimento de materiais de construção com outros ligantes com baixa condutividade térmica.

Participaram no trabalho de investigação Marinélia Capela, também do CICECO, e investigadores da Universidade de Palermo (Itália) e do Instituto de Nanotecnologia de Lecce (Itália).