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Summer CEmp: A energia vem do interior da terra (com vídeo)

O 3º dia da escola de verão da Comissão Europeia, a decorrer nos Açores, ficou marcado pelos temas da energia e agricultura.

A Central Geotérmica da Ribeira Grande garante 38 a 44 por cento das necessidades de energia da ilha de São Miguel, nos Açores. O aproveitamento do calor do interior da terra para a obtenção da eletricidade é um marco da sustentabilidade nesta ilha que tem estado a receber o Summer CEmp, a escola de verão da Comissão Europeia em Portugal. Ao longo desta segunda-feira, terceiro dia da edição deste ano, que começou na central geotérmica, os jovens universitários debateram a sustentabilidade, transição energética e agricultura, três temas bastante "quentes" por esta altura das nossas vidas.

Logo no primeiro painel do dia, Paula Pinho, diretora na Direção-Geral de Energia na Comissão Europeia, defendeu que nada foi travado em relação à transição energética e objetivos dentro da União Europeia, mesmo com a crise na energia que a Europa vive. A oradora sublinhou, no entanto, que neste inverno vamos precisar de todos os meios, seja carvão ou nuclear, para enfrentarmos o desafio da falta de gás, justificando assim o regresso, mais ou menos temporário, das centrais a carvão na Alemanha, por exemplo. 

Já o ambientalista Francisco Ferreira, da Zero, a poucos dias de se ficar a conhecer o plano do governo português para a redução do consumo de energia, lançou várias ideias para se conseguir, em casa e não só, obter resultados mais eficientes. Francisco Ferreira deu também nota de que, na prática, não existem energias verdes, "todas têm impacto. Temos é que escolher as que têm menores impactes ambientais".

Com a energia e a transição energética a marcar a manhã, e com todas as preocupações existentes em relação ao aumento de preços na energia, o secretário de Estado da Internacionalização e o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, debateram o papel do setor privado e do setor público na resolução dos problemas e perspetivas de futuro.

“O grande poder das alterações está na mão dos consumidores”, assinalou Bernardo Ivo Cruz como nota forte. Já António Saraiva, presidente da CIP, perante uma plateia de jovens com idade média de 25 anos, fez questão de sublinhar a “importância da inquietude cívica”.

Depois de um almoço na Associação Agrícola de São Miguel, uma paragem quase obrigatória para quem visita a ilha e quer comer um bife de vaca, a agricultura foi tema dominante, com destaque para o leite, produto muito forte neste região ultraperiférica.

E para o final do dia estava reservado um momento também aguardado pelos habitantes da Ribeira Grande: a atuação da açoreana Kátia Guerreiro. Com o mar e o edifício da Câmara Municipal da Ribeira Grande como fundo, a fadista, visivelmente emocionada, cantou alguns temas tradicionais dos Açores e fechou com o Hino da Alegria, uma versão em português que tem marcado também as edições anteriores da escola de verão da Comissão Europeia em Portugal.

Reportagem de Nuno Castilho de Matos, Paulo Alexandre Santos e Jorge Jerónimo na ilha de São Miguel, nos Açores.