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Bíblia hebraica mais antiga vendida em leilão por mais de 38 milhões de dólares

Bíblia será oferecida ao Museu do Povo Judeu em Telavive.

Bíblia hebraica mais antiga vendida em leilão por mais de 38 milhões de dólares
Globo

A bíblia hebraica mais antiga e completa, com mais de mil anos, foi comprada em leilão esta quarta-feira por 38,1 milhões de dólares e será oferecida ao Museu do Povo Judeu em Telavive, divulgou a casa de leilões Sotheby's.

O valor arrecadado no leilão que decorreu em Nova Iorque representa um recorde para um livro manuscrito, noticiou a agência France-Presse (AFP).

O Codex Sassoon, em homenagem ao seu mais conhecido proprietário, David Solomon Sassoon, o maior colecionador de manuscritos hebraicos e judaicos do século XX, que morreu em 1942, data do ano 900 e representa "a mais completa bíblia hebraica”.

Esta bíblia foi comprada em leilão pelo ex-embaixador norte-americano e filantropo Alfred Moses e a sua família, "para benefício da American Friends of the ANU- Museum of the Jewish People e doado" a esta instituição, informou a Sotheby's em comunicado.

A obra esteve em exibição antes do leilão no Museu do Povo Judaico, no campus da Universidade de Telavive.

Segundo a Sotheby's, o leilão terminou após uma “batalha de quatro minutos entre dois compradores”.

Este Codex Sassoon, em estado de conservação visivelmente excecional e do qual faltam apenas algumas páginas, relaciona 24 livros da bíblia hebraica extraídos dos famosos pergaminhos dos Manuscritos do Mar Morto, datados do século III a.C.

O Cristianismo reconhece estes textos como o Antigo Testamento, e são incorporados no cânone bíblico por correntes católicas, ortodoxas, protestantes e outras.

O Islão considera histórias da Bíblia hebraica, muitas das quais estão incluídas no Alcorão e outras obras significativas da literatura islâmica.

"Esta bíblia foi escrita por volta do ano 900, em Israel ou na Síria", realçou à AFP Sharon Mintz, especialista em textos judaicos da Sotheby's.

O Codex Sassoon é mais antigo que os dois textos deste tipo já conhecidos, de Alepo, na Síria, e de Leningrado, atual São Petersburgo, na Rússia, mas a sua datação não tinha sido determinada cientificamente até recentemente, quando proprietário que a levou agora a leilão, que é desconhecido, sujeitou a bíblia a testes científicos e de carbono.

“O manuscrito desapareceu por cerca de 500 anos e reapareceu em 1929, quando foi colocado à venda a David Solomon Sassoon, um dos maiores colecionadores de manuscritos hebraicos”, acrescentou Sharon Mintz.