No Super Bowl desta madrugada, em Paradise (estado de Nevada), Usher teve os seus 15 minutos de fama planetária, na verdade 13, com um Halftime Show em que conseguiu acomodar 14 temas a uma velocidade alucinante.
Usher começou a atuação de capa como um rei, sentado na cadeira do trono. As estruturas de palco ocupavam grande parte do relvado, com um palco maior circular e palcos satélites ligados por um corredores. Usher esteve muito forte na dança e nos movimentos de pés, quase a fazer o moonwalk, rodeado de acrobacias de outros e por uma catrefada de dançarinos. E até uma secção de metais andou lá metida na confusão.
As acrobacias de Usher eram mais com a voz, esticando as cordas vocais para falsetes que não falharam. “Diziam que eu nunca estaria aqui, mas, mamã, aqui estou”, disse Usher, no momento de exaltação do seu ego.
Alicia Keys surge de repente em palco, a cantar 'If I Ain't Got You’, a tocar num piano vermelho com uma estrutura invulgar, com uma base que parece uma pata. Usher rapidamente estabelece os duetos com Keys. Em 'My Boo', a cumplicidade entrelaça-se num abraço apertado entre os dois.
Após a participação vocal de Jermaine Dupri, Usher está no centro do palco redondo que ganha o efeito de um relógio de ponteiros. Naquela estrutura camaleónica, irrompe a banda, por trás de um Usher cada vez mais suado.
Cada vez mais acalorado, Usher fica em tronco nu e entra num números de movimentos robóticos frenéticos. A banda continua a tocar, mas alguém de óculos escuros e de muita pinta resolve avançar até ao centro do palco e disputar a ribalta com Usher. Esse alguém é H.E.R., mais uma convidada surpresa de renome para fazer título de notícia. A cantora premiada tem o seu minuto de magia como guitarrista solista e guitarrista ritmíca até dar rapidamente lugar a outros.
O momento de ausência de Usher é só uma mudança de roupa com a celeridade com que os mecânicos das boxes de Fórmula 1 mudam os pneus aos bólides dos pilotos. Usher surgiu a deslizar de patins, a juntar-se a outros patinadores. O espetáculo fez então a sua subida emocional inclinada para os momentos finais arrebatadores, com o auxílio de will i am, Lil Jon e de Ludacris.
Para os apreciadores de música mais desligados do ecossistema desportivo dos Estados Unidos, a partida de futebol americano parecia um mero detalhe. Dizer que os Kansas City Chiefs ganharam aos San Francisco 49ers por 25-22 é, para muitos portugueses, falar numa língua estranha que não se domina minimamente. É a quarta vez e a segunda consecutiva que os Kansas City Chiefs se tornam campeões da NFL, a liga de futebol americano.
