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Eurovisão: RTP pede esclarecimentos à organização sobre o atraso na publicação do vídeo da atuação de Portugal

O vídeo com a interpretação de iolanda na final da competição não foi publicado logo após a atuação da cantora portuguesa.

Eurovisão: RTP pede esclarecimentos à organização sobre o atraso na publicação do vídeo da atuação de Portugal
iolanda atua na Eurovisão 2024, em Malmo, na SuéciaLUSA/TT News Agency

Continua a polémica à volta da Eurovisão, cuja final decorreu no sábado, 11 de maio, em Malmo, na Suécia. A Suíça foi a grande vencedora da 68ª edição do concurso. Venceu com a canção 'The Code', interpretada pelo cantor Nemo.

 A edição de 2024 foi fortemente marcada pela contestação à volta da participação de Israel na competição. 
 

A RTP exigiu esclarecimentos à  União Europeia de Radiodifusão (EBU) sobre o atraso na divulgação da atuação portuguesa na final da competição. O vídeo com a atuação de iolanda não foi publicado no site oficial e nas redes sociais do concurso logo depois da atuação. Na final, a cantora portuguesa cantou com as unhas pintadas com o padrão do 'keffiyeh', lenço que simboliza a causa palestiniana, e terminou a atuação com um apelo à paz, dizendo: "a paz vai prevalecer".   


Logo depois da atuação portuguesa, a organização do festival optou por publicar o vídeo da semifinal, em que iolanda tinha apenas as unhas brancas. Só quando foi questionada pela RTP é que acabou por substituir o vídeo com a atuação de iolanda na final.  

De acordo com a estação pública portuguesa, a União Europeia de Radiodifusão foi questionada sobre o atraso. "Foi algo que se passou em meia-hora. Agora estamos à espera de saber, a nossa delegação continua em contacto com as pessoas da Eurovisão. Estamos à espera de saber as explicações mais cabais", afirmou Nicolau Santos, presidente do Conselho de Administração da RTP, em declarações à RTP3.

De acordo com Nicolau Santos, a organização da Eurovisão começou por justificar o atraso com um problema técnico mas durante a troca de e-mails a EBU acabou por responder que a concorrente portuguesa tinha "motivos pró-Palestina pintados nas unhas". 

A RTP reúne-se nesta terça-feira, dia 14 de maio, para debater esta questão. A estação pública admite avançar com um protesto formal caso haja evidências de que o atraso tenha a ver com a forma como iolanda se apresentou em palco. 

Na mesma entrevista, Nicolau Santos foi ainda questionado sobre os alegados episódios de intimidação por parte da delegação israelita a outras delegações. Sobre esse assunto o responsável considera que esta edição do festival "merece uma reflexão pela forma como decorreu e pelos vários factos que ocorreram".

Na mesma entrevista à RTP3, o presidente do Conselho de Administração da RTP disse ainda que a votação que Israel recebeu da parte do público serve de motivo para reflexão. "Quero lembrar que Portugal, na votação do júri, esteve sempre entre o quarto e o sétimo lugar, e depois quando chegámos à votação do público, inopinadamente Israel, que estava nos últimos lugares, na segunda metade da tabela, passou para primeiro lugar, com uma votação verdadeiramente extraordinária", disse o responsável. "Para um evento que não se quer político, é óbvio que temos de refletir sobre esta votação, que foi uma votação política de pessoas que apoiam Israel e que levaram Israel para este nível de classificação, relegando Portugal para décimo lugar", afirmou. 

No televoto Portugal deu 12 pontos, a pontuação máxima, a Israel.