Na véspera do espetáculo de ópera de Verdi “Macbeth”, que tinha como estrela principal Plácido Domingo no Lincoln Center, em Nova Iorque, o tenor comunicou a sua saída da companhia para a qual trabalha há 51 anos, a Metropolitan Opera, cancelando a sua atuação, em virtude das alegações de assédio sexual que recaem sobre si.
A vaga de denúncias de várias mulheres, apuradas pela Associated Press, que acusaram a estrela espanhola de comportamento abusivo no mundo da ópera, criaram um ambiente de pressão que determinou esta saída, imposta pelo diretor-geral da Metropolitan Opera, Peter Gelb.
Depois da envolvência direta em 875 espetáculos com a Metropolitan Opera, Plácido Domingo explicou em comunicado que "enquanto me debato com estas recentes alegações sobre mim e me preocupo com o ambiente no qual as pessoas são condenadas sem processo, após reflexão, acredito que a minha aparição nesta produção do Macbeth distrairia do empenho dos meus colegas tanto em palco, como nos bastidores".
Esta situação levou Plácido Domingo a "sair". "Estou contente por, aos 78 anos de idade, eu poder cantar o magnífico papel no camarim de Macbeth, que considero a minha atuação na Met".
Nas últimas semanas, já tinham sido cancelados espetáculos de Plácido Domingo com outras companhias como a San Francisco Opera, a Dallas Opera ou a Philadelphia Orchestra.
Citadas pela Associated Press, as duas únicas queixosas que assumiram publicamente as acusações de assédio contra Plácido Domingo - as cantora Angela Turner Wilson e Patricia Wulf - manifestaram a sua satisfação com a saída imposta pelo diretor-geral da Metropolitan Opera, Peter Gelb.