Era o que Faltava
Temporada 3
Eunice Muñoz
“Nunca estive presa a preconceitos”
Onde entra, enche a sala. Foi também assim ao passar nos corredores da Sampaio e Pina. Entre a porta principal da rádio e o estúdio, Eunice Muñoz recebeu agradecimentos de quem se cruzava com ela, mas já não se espanta: “agradeço, mas não fico surpreendida, é muito tempo já”. Neta e filha de artistas, Eunice explica que “tinha mesmo de fazer a mesma coisa”. Com o Alentejo no coração, “a minha terra natal”, veio a Lisboa, com 13 anos, para se estrear no teatro Dona Maria II. Tem agora 93 anos e esteve no Era o Que Faltava para fazer uma retrospetiva de 80 grandiosos anos de carreira!
Já interpretou várias personagens e viveu várias vidas em palco, fá-lo de uma forma tão natural que parece fácil, mas não é bem assim: “há que diga que eu acerto logo, mas eu contrario muito essa minha intuição. Acho que tenho de dificultar as coisas”.
Fora de cena, a atriz gosta de separar a vida pessoal da profissional e diz que é “uma Eunice diferente nas duas”, mas ambas são contra o preconceito. Em 1966, casou com António Barahona da Fonseca e apesar do marido ser de uma religião diferente, religião Islâmica, isso não foi um entrave ao amor. Eunice conta, nesta conversa, que nunca esteve presa a preconceitos”.