Era o que Faltava
Temporada 3
Joana Freire
“Comecei a chorar imenso e pedi à médica para chamar a minha mãe”
Joana Freire sonhava ser mãe, mas aos 17 anos recebeu a pior das notícias. Naquele dia, lembra a forma “bruta” de como lhe foi dada a notícia e na revolta que se instalou. “Fui à Ginecologista e ela disse-me: a Joana não tem vagina. Assim, desta forma (…) comecei a chorar imenso e pedi à médica para chamar a minha mãe que estava na sala de espera”.
Joana confessa que não foi nada fácil chegar a casa com esta notícia. “Foi o que me veio logo à mente. Como é que eu agora, com calma e algum carinho, vou conseguir explicar às pessoas que mais gosto?”. Na altura, com 17 anos, lembra ainda que estava numa relação com uma pessoa que queria muito ser pai, mas que infelizmente esse “sonho” não podia ser concretizado. “Como é que eu vou dizer aquela pessoa, que tem o sonho de ter filhos, que eu não posso?”.
Nesta entrevista com João Paulo Sousa, Joana diz que é importante falar sobre estes temas e não fazer questões como “quando é que estás a pensar ter filhos?”, que muitas vezes podem colocar o casal, a mulher ou o homem numa posição desconfortável. “É aquela questão que é um murro no estômago para um casal que está a passar por uma jornada de infertilidade”.
Joana Freire faz parte da Associação Portuguesa de Fertilidade e aproveitou para falar sobre o livro que lançou, “A Viagem Que não Escolhemos: Histórias sobre a Infertilidade”. Um trabalho onde para além de podermos conhecer melhor a história de Joana, encontramos testemunhos de muitas outras pessoas espalhadas pelo mundo que sofrem de infertilidade.