Era o que Faltava
Temporada 3
Katia Guerreiro
“Ouvia sozinha, escondida, numa altura em que ninguém da nossa geração ouvia fado”
São duas as paixões na vida de Katia Guerreiro: a música e a medicina. Mas foi a música que acabou por ganhar! Sempre foi apaixonada por fado, às escondidas: “Eu ouvia a Amália e ficava completamente siderada. Ouvia sozinha, escondida, numa altura em que ninguém da nossa geração ouvia fado”.
Nesta conversa, a fadista contou também o episódio que a levou a entrar no rancho folclórico: “Quando eu me apanhava sozinha em casa, pegava na viola da terra e começava a repetir o que tinha aprendido do dia anterior. Um dia, o meu pai abre a porta de casa e apanha-me a tocar. Disse-me: ‘então o que é que estavas a fazer’ eu só disse: ‘nada nada nada!’, como se fosse um crime. A verdade é que ele acabou por me denunciar à diretora artística do rancho folclórico, que me quis ouvir, e eu entrei!”.
Katia Guerreiro foi vocalista de uma banda de Rock, mas hoje é no fado, o primeiro amor, que brilha. A convidada confessou, no Era o Que Faltava, que os músicos da equipa “gozam muito” com ela por ficar tanto tempo à conversa, depois dos concertos, com os espectadores. A artista explicou que: “Já ouvi histórias de pessoas que se reconciliaram com pais, com irmãos. Ali curaram as feridas, olharam uns para os outros e souberam reconhecer o que é bom. Como diziam os franceses, na altura em que eu exercia, de dia cura os corpos, à noite cura as almas”.