"Eu só olhei para o marcador para ver quanto tempo faltava, faltavam 7 segundos!"

Paulo Pereira, o treinador da seleção nacional de Andebol entrou hoje nas Manhãs da Comercial, via Skype, e contou que o apuramento para Tóquio partiu sobretudo de uma mudança de mentalidade da equipa! “Foi uma luta minha desde o início, aquilo que eu sentia era que tinhamos aquele pensamento típico português, toda gente acha que nos somos adoráveis, temos de ser assim, mas ao mesmo tempo temos de respeitar o nosso potencial, não podemos dizer que só os outros é que fazem, os outros é que são bons”.

“Nós fomos a Alemanha, perdemos por 11 golos e eu disse ‘nós não podiamos fazer melhor que isto?’ Claro, chegavamos ali, olhavamos para o pavilhão, tudo cheio, milhares de pessoas, tudo muito bem organizado e nós parecia que estavamos a vir da aldeia… essa mentalidade acho que conseguimos mudar!”

No momento em que Rui Silva agarra a bola, a primeira coisa que Paulo Pereira fez foi olhar para o tempo. “Eu só olhei p o marcador a ver qd tempo faltava, faltavam 7 segundos e eu disse pronto, isto já está! E depois foi tudo tão rápido!”.

“Vi toda a gente aos saltos, mas queria certificar-me que tinha sido golo foi por isso que eu não saltei logo com eles!”. E acrescenta “aquele time out foi mais benéfico para nós do que para a França”.

“Antes de entrarmos em campo, disse aos jogadores: Nós não eramos vítimas, nós eramos guerreiros e extraordinários, isto é uma frase do grande Alfredo Quintana, portanto eu sem ter de falar no nome dele, parece que houve ali uma ligação imediata ao nosso objectivo”.

E também o treinador vai fazer uma tatuagem para marcar esta fase da sua vida: “A minha tatuagem já está e eu tenho de marcar esta patente, foi a minha esposa e o meu filho mais velho que me deram a ideia que é ter os aros Olímpicos, depois por baixo Tóquio 2021. E o zero tem uma haste de Quintana e o 21 tem um 1 de guarda-redes.”

E já tem espaço guardado para uma medalha de Ouro dos Jogos Olímipicos? “Conquistar uma medalha é extremamente difícil, nós temos essa noção, mas não podemos ir para lá a dizer vamos tentar fazer o nosso melhor".

No final, Paulo Pereira pediu ao Vasco Palmeirim para fazer um hino para a seleção de andebol! O Vasco aceitou o desafio, aguardemos!