O editor inglês Chris Blackwell, a cantora oriunda do Benim Angélique Kidjo e o compositor estoniano Arvo Pärt recebem este ano o Polar Music Prize, alcunhado comummente como o "Nobel da Música".
Há dois factos invulgares a registar nesta atribuição do Polar Music Prize: pela primeira vez um editor recebe este prémio; a distinção é a três nomes diferentes da música e não a dois, como costuma acontecer anualmente.
Chris Blackwell distingue-se pela sua visão editorial global, enquanto patrão da Island Records, que o permitiu apostar em talentos de outros países, nomeadamente o jamaicano Bob Marley. "Sem nunca se focar em figuras comerciais, mas sim nas canções e álbuns como obras de arte, Chris Blackwell expandiu o mundo e aboliu fronteiras entre géneros", justifica deste modo o comité do Polar Music Prize.
Angélique Kidjo, de 62 anos, é uma das grandes figuras africanas da world music, com um percurso multilingue, com fluência em cinco línguas diferentes: fon, yorùbá, goun, francês e inglês. Assente em Paris, Kidjo tem também um histórico de ativista, na defesa pela paz e pelos direitos humanos das mulheres, especialmente em países africanos.
Com 87 anos, Arvo Pärt é um dos compositores de música contemporânea mais admirados em todo o mundo. Muito ligado à música coral, Arvo Pärt sempre teve uma predileção pela estética minimal e inventou a técnica vocal do tintinnabuli. O comité do Polar Music Prize destaca também o seu passado ativista, ligado ao apoio aos dissidentes de Vladimir Putin, na Rússia.
Paul McCartney, Stevie Wonder, Dizzy Gillespie, Bruce Springsteen, Ravi Shankar, Iannis Xenakis, Gilberto Gil ou Bob Dylan foram alguns dos vencedores do Polar Music Prize, atribuido desde 1992 na Suécia e criado pelo antigo manager dos ABBA, Stig Anderson.
