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Wolf Alice no Coliseu dos Recreios: as fotos

A vocalista Ellie Rowsell foi lobo em pele de cordeiro (um elogio em linguagem rock & roll). Rúben Viegas captou a fera em ação, juntamente com a sua alcateia bem compacta.

Wolf Alice no Coliseu dos Recreios: as fotos

O concerto desta noite no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, espelhou a justeza no nome da banda londrina que ocupou o palco: Wolf Alice. Basta focar-nos na sua figura central: a vocalista e guitarrista Ellie Rowsell. De menina bonita de ar assustado, passa facilmente a assustadora, quando os refrões irrompem e a voz metamorfoseia, como se fosse sob o efeito de lua cheia numa mulher fundida em lobo. Em corpo magro e frágil, explode uma alma vulcânica. A combinação de vestido de donzela com botas Dr. Martens ajusta-se à identidade híbrida de Wolf Alice. Ellie Rowsell é lobo em pele de cordeiro, no sentido rock & roll do termo: um elogio à fera, portanto. Por tanto que dá às canções, saltitando entre a candura e a fúria, como se fosse bipolar.

As falsas aparências não são apenas visuais, são também sonoras. Aquilo que é superficialmente um rock banal, é, se devidamente escavado e afinal, uma teia emocional complexa, bem dinamizada por um quarteto sólido que não deixa escapar nenhuma referência óbvia dos antepassados da música. A personalidade dos Wolf Alice não se verifica só no oleamento do motor sonoro, acontece também nesta eliminação de fantasmas, numa banda que tem uma figura central intrigante mas que não é apenas a soma de 1+3. 

Num ato contínuno de 75 minutos, apenas interrompido pela breve espera para o encore, os Wolf Alice dividiram quase salomonicamente o alinhamento entre os seus dois álbuns, "My Love Is Cool" e o galardoado este ano pelo Mercury Prize "Visions of a Life", sem esquecer o EP que chamou a atenção da imprensa britânica, "Blush". Claro que tocaram 'Lisbon', numa cidade onde parecem ser felizes - apesar do Coliseu mal composto (seria da estranha hora a que estava marcado, 20h00?). Ellie Rowsell sorria cada vez mais perante o entusiasmo do público presente e o mais falante baixista Theo Ellis (digamos que o porta-voz) também não escondeu o seu regozijo pela simpatia popular.

Rúben Viegas esteve bem próximo da banda durante as três primeiras músicas e só o podemos invejar durante esse período. Eis a galeria de fotografias para a posteridade sobre a mais recente visita ao nosso país dos Wolf Alice.