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John Prine, lenda da country e da folk, morreu devido a complicações com o novo coronavírus

John Prine estava hospitalizado desde o final do mês passado, em Nashville, Estados Unidos. Não resistiu à Covid-19. Tinha 73 anos.

John Prine, lenda da country e da folk, morreu devido a complicações com o novo coronavírus
Nina Prommer EPA/LUSA


O músico, de 73 anos, estava internado nos cuidados intensivos num hospital de Nashville, desde o dia 29 de março, depois de ter contraído Covid-19. John Prine, nome incontornável da country e folk da chamada América profunda e fonte de inspiração para músicos de várias gerações, morreu na terça-feira devido a complicações com a doença.

Já são muitos os músicos e artistas que estão a reagir à perda do músico e compositor, considerado como um dos melhores escritores de canções da América. Alguns já tinham usado as redes sociais a desejar que Prine ganhasse a batalha contra o novo coronavírus, isto na altura em que o músico ainda estava no hospital a lutar pela vida ligado a um ventilador.

Bruce Springsteen foi dos primeiros a reagir à morte do compositor veterano, deixando uma mensagem nas redes sociais. "Por aqui, na E Street, estamos devastados com a perda de John Prine. Eu e o John éramos os "novos Dylans" no início dos anos setenta. Ele era o homem mais adorável do mundo inteiro. Um verdadeiro tesouro nacional e um grande escritor de canções durante décadas. Enviamos todo o amor e orações à família".

 

 

O norte-americano Justin Vernon, o homem dos Bon Iver, também escreveu nas redes sociais sobre a influência de Prine no homem que é e na música que faz. "Grande parte daquilo que sou como pessoa, além de músico, é por causa do John Prine. É o meu número 1. Estou tão, tão triste com isto. Sinto que era uma verdadeira benção".

 

 

A cantora Rosanne Cash, filha mais velha de Johnny Cash, também manifestou pesar pela perda de Prine. "Preciso de algo a que me possa agarrar agora. Estou devastada".

 


Ainda quando John Prine estava a lutar no hospital, Joan Baez gravou um vídeo com uma versão de 'Hello In There', um dos temas da autoria do músico ao qual Baez emprestou a voz no álbum seminal que lançou em 1975, "Diamonds & Rust".
 


Stephen Colbert também prestou homenagem a John Prine, ainda quando este lutava pela vida no hospital. O apresentador norte-americano recuperou um vídeo de 2016 com um dueto feito por ambos do tema 'That's the Way the World Goes Round'.
 


John Prine, que Bob Dylan uma vez disse ser um dos seus compositores preferidos e que inspirava Johnny Cash, editou 18 discos ao longo de uma carreira que estava prestes a alcançar meio século. Em 2018, editou o disco de originais "Tree of Forgiveness", o que já não acontecia há 13 anos. Ainda viu o seu último registo discográfico a subir pelos tops de vendas. 

Nascido em 1946, em Maywood, no estado do Illinois, Prine chegou a ser carteiro, em Chicago, e cantava as suas canções em bares de folk da cidade, isto no final dos anos sessenta. Foi nessa altura que o cantor Kris Kristofferson lhe reconheceu talento, levando-o para a editora Atlantic. Nasceu então o seu primeiro álbum, "John Prine", em 1971.
Seguiram-se outros tantos discos, com "Bruised Orange" (1978) a ser o segundo da extensa lista discográfica. As suas canções a entraram em repertórios de cantores como Kristofferson, Johnny Cash ou Joan Baez, entre outros. Na década de 1980, John Prine fundou a sua própria editora, Oh Boy.

Em 1998, John Prine teve um primeiro cancro na garganta, ficando com a voz mais rouca e grave. Anos depois, sobreviveu a um cancro nos pulmões. Apesar da doença, continuou sempre a cantar.
 
 Ao longo da sua estrada musical, o conceituado e acarinhado músico foi reconhecido com dois Grammys. Em 1991, com o disco "The Missing Years" e, em 2005, com o álbum "Fair & Square". Ambos venceram na categoria de Melhor Álbum Folk Contemporâneo. Prine tem o nome a brilhar na Songwriters Hall of Fame e na Nashville Songwriters Hall of Fame. Em 2015, viu o nome ser induzido no Grammy Hall of Fame. Ainda este ano, recebeu o galardão de reconhecimento de carreira nos Grammys.