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Alice Neto de Sousa

Era o que Faltava

Temporada 3

23 fevereiro, 2022

Alice Neto de Sousa

Alice Neto Sousa, a poeta, no Era o Que Faltava!

"Eu não quero chegar a um ponto em que tenha que precisar de escrever para viver"

“Às vezes não ganhamos nada em tentar ser excessivamente contundentes”… Não procura ser a voz ativista da resistência ao racismo e é até “aquela pessoa que vai tentar dizer as coisas da melhor maneira”. No entanto, Alice Neto de Sousa, a poeta, afirma: “eu gosto é de estar poeticamente correta!”

É poeta e não poetisa - como gosta de afirmar - e ficou especialmente conhecida quando recitou “Poeta”, um poema da própria autoria sobre o racismo. Mas já escrevia antes, alguns poemas às prostitutas do Martim Moniz. “Eu estava a passar e disse: hoje vou olhar. Não por desrespeito. Olhar simplesmente porque sou um ser humano, estou aqui a passar e está algo a acontecer que nós estamos a ignorar”. E assim nasce um dos versos “um olhar sem lugar, sem trago”. “E não tem a ver com o olhar dela, particularmente. Tem a ver com o meu olhar sobre ela”, conta a convidada. 

Nesta hora de conversa com João Paulo Sousa e Ana Delgado Martins, houve oportunidade para ouvir 3 poemas da autoria de Alice, a poeta. Com 28 anos, é Psicomotricista de profissão: “Eu não quero chegar a um ponto em que tenha que precisar de escrever para viver. Então, para mim, como a poesia é o lugar de respirar, até me sabe bem: vou para o trabalho e tenho este outro lado em que posso ser eu”.  

Pode não ser ativista, mas é ligada a causas sociais. Como afirma, “não faço um ponto de sair fora da caixa por sair, mas há certas caixas que temos de pensar fora delas para ampliá-las”.