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António-Pedro Vasconcelos

Era o que Faltava

Temporada 3

11 abril, 2022

António-Pedro Vasconcelos

O realizador veio ao Era o que Faltava para uma conversa com o João Pedro Sousa e com a Ana Delgado Martins!

"Os filmes ajudaram-me a viver e a vida ensinou-me a fazer cinema"

 

“Durante 30 anos, não vi um mau filme. Quando eu digo isto, as pessoas não acreditam”. António-Pedro Vasconcelos é um realizador do cinema português, autor de ‘Call Girl’, ‘Imortais’, ‘Jaime’, ‘Bela e o Paparazzo’ e tantos outros. Segundo ele, antes “havia autores, agora não há. Autores são pessoas que têm alguma coisa a dizer… Era como ler o novo romance do Dickens ou do Hemingway. Sabíamos que havia um autor por trás, alguém que pensava”. 

À conversa com Ana Delgado Martins e João Paulo Sousa, o cineasta confessa ser “super organizado e super desarrumado”, ao mesmo tempo: “Eu costumo dizer que as pessoas têm os defeitos das suas qualidades, o que não significa que tenham as qualidades dos seus defeitos. Porque há pessoas que não têm qualidades… Agora, as pessoas que têm qualidades, têm os defeitos equivalentes”.

‘Km 224’ é o filme que António-Pedro Vasconcelos está prestes a estrear. A história fala de um divórcio: “Quanto mais forte foi a paixão que levou ao casamento, mais forte é depois a separação. O que eu quis fazer foi: o que interessa são os putos. Os putos é que são inocentes, não têm culpa”. Neste filme, “a visão que ele tem do que ela faz e a visão que ela tem do que ele faz é diferente da visão que o público tem. Certas coisas que ela considera distrações ou irresponsabilidades dele - vendo por fora, ou seja, aquilo a que ela tem acesso, são dificilmente desculpáveis. Mas o espectador sabe o porquê”… 

A frase foi interrompida pelo próprio: “Espectador não, espetador... Eu costumo dizer: agora, vou muito menos ao cinema porque tenho de pagar dois bilhetes. Tenho que levar um guarda costas porque agora há espetadores na sala, nunca se sabe...! 

Uma vez perguntaram-lhe se ver muito cinema o ajudava a filmar. Respondeu: “Não. Os filmes ajudaram-me a viver e a vida ensinou-me a fazer cinema”.