Era o que Faltava
Temporada 3
Filipe La Féria
“Mesmo nas piores situações, temos de dar uma boa gargalhada”
O dia em que se despediu dos palcos por causa da pandemia, o momento em que fechou o pano vermelho do Politeama durante 14 meses e o confinamento foram tema de conversa neste Era o Que Faltava. Filipe La Féria fez quarentena no Alentejo, “estava eu e as vacas!”. E foi com a vacas que, “com a ajuda da fantasia e dos sonhos”, escreveu 4 peças de teatro! Este foi um período complicado para os artistas e encenadores, mas “mesmo nas piores situações, temos de dar uma boa gargalhada”.
Apaixonado por drama desde pequeno, La Féria fazia teatro em casa dos avós, numa caixa de sapatos! “Vais mesmo para bonequeiro!” diziam-lhe. Mas não se importava, era uma paixão pela qual se orgulhava. E ainda orgulha. Como um dos mais conhecidos encenadores de Portugal, preza muito a “disciplina dos atores”. Mas quando era ator, era conhecido por não seguir os guiões: “Eu como ator era um bocado indisciplinado porque como era muito inventivo, inventava tudo!”.
O convidado do João Paulo Sousa e da Ana Martins disse que “vive as emoções à flor da pele”, que “a vida só vale a pena com sonhos” e que não tem medo de chorar. La Féria contou ainda que “não tem muitos medos”, tem apenas pena da morte: “É tudo muito efémero. O teatro tem isso de fascinante e ao mesmo tempo cruel, é como a vida, não é? Um dia a gente morre e pronto, acabou tudo. É o fechar do pano!”.