José Pacheco Pereira

“Só se salva o mundo pela consciência da liberdade, da democracia e do bem comum"

Participou na luta contra a ditadura, é um nome incontornável quando falamos de história e investigação em Portugal e veio ao Era ao Que Faltava desfiar memórias sobre uma vida carregada de memórias. José Pacheco Pereira, ou simplesmente Pacheco Pereira, confessa que é possível salvar o mundo e revela a fórmula: "Só se salva o mundo pela consciência da liberdade, da democracia e do bem comum".

Sobre as reações à morte do ex-banqueiro, João Rendeiro, na África do Sul, Pacheco Pereira revela que as pessoas mostraram pouca humanidade. "Ele pode ser arrogante, roubou, mas não deixa de ser um ser humano. Foi submetido a maus tratos e muitos comentários eram quase uma espécie de vingança coletiva".

O historiador destaca que existe muita ignorância e que isso torna o mundo muito pobre. "Essa pobreza traduz-se, por exemplo, falam mal. E quem fala mal ou com um vocabulário muito restrito, não manda nas coisas. É mandado quem tem melhor vocabulário, melhor conhecimento, mais esperteza".

Depois de ter estado na Guerra do Irão e o Iraque, ter entrado em tanques e em bunkers, Pacheco Pereira diz que nunca deixou que o medo o consumisse. Já sobre a guerra entre a Ucrânia e Rússia, fala num erro estratégico de Putin. “Tem a NATO à porta (…) Vamos assistir a uma militarização de todos os sítios que estão na fronteira com a Rússia. O Putin meteu-se num enorme sarilho que não tem uma saída propriamente fácil”.