Era o que Faltava
Temporada 3
Lurdes Baeta
“Na Ucrânia recebi abraços de pessoas a desejarem que nunca tenha de passar por isto”
Com quase 30 anos de experiência como jornalista, Lurdes Baeta veio ao Era o Que Faltava contar a experiência que viveu nas semanas que esteve em trabalho na Ucrânia. A voz treme ao lembrar algumas das coisas que ouviu e sentiu no meio de um cenário de destruição. “Recebi abraços de pessoas a desejarem que nunca tenha de passar por isto”.
Muito ligada à família, confessa que a mãe ficou em choque quando soube que ia para a Ucrânia. No terreno, lembrava-se muitas vezes daquilo que a família podia sentir ao vê-la no ecrã quando tocavam as sirenes ou se ouvia algum rebentamento. “Quando estava a ouvir as sirenes, no final do direto, costumava dizer ao meu colega: ‘espero que a minha mãe não tenha visto este direto’”.
Lurdes Baeta destaca que é um privilégio poder contar histórias e assume: “Eu vim uma jornalista diferente da Ucrânia”. Apesar da situação ser devastadora, a jornalista conta que nunca teve medo de morrer. “Eu nunca senti isso. Fui com um filtro e nunca deixei que isso tomasse conta de mim”.
Nesta entrevista com João Paulo Sousa e Ana Delgado Martins, Lurdes Baeta relata que a sensação de voltar a casa e abraçar a família foi "indiscritível". Ainda assim, conta que as noites eram difícieis. “Tive pesadelos durante três ou quatro dias e sonhava que estava lá a fazer reportagem. Eu já estava cá e não conseguia sair de lá”.