João Jesus

“A ideia glamorosa que existe sobre ser ator está distorcida”

Deixou o futebol para trás e dedicou-se ao teatro com afinco desde os 15 anos. João Jesus,  que já venceu um Prémio Sophia de melhor ator, veio ao Era o Que Faltava falar sobre o percurso que o tem levado a grandes palcos. Sobre a profissão, acredita que as pessoas pensam muitas vezes que é tudo um “mar de rosas”. “A ideia glamorosa que existe sobre ser ator está distorcida”.

João Jesus revela que a escola de teatro foi uma “terapia”. “Expulsei uma data de frustrações, raivas que viviam dentro de mim”. No bairro, como carinhosamente lhe gosta de chamar, pôde viver uma infância feliz a brincar na rua. “A minha avó tinha de me chamar na porta, a gritar o meu nome para eu voltar para casa”.

“Só quando se está na pele é que isso nos afeta”, confessa. O ator, que decidiu pintar as unhas para a peça de teatro que está a interpretar, diz que recebeu alguns comentários e perguntas que quase lhe diziam que não era normal um homem fazer isso. “Perguntaram-me ‘estás com um problema nas unhas?’ ou diziam ‘ele está com as unhas pintadas, mas ele tem namorada’”.

João Jesus está em cena até domingo, dia 5 de junho, com a peça “O beijo da mulher aranha” no Teatro da Trindade em Lisboa. Em breve, confirma que estará também na série de drama biográfico, “Praxx”. A trama vai retratar os acontecimentos da praxe acadêmica na Universidade Lusófona, que culminou na morte de seis estudantes na Praia do Meco.