Era o que Faltava
Temporada 4
Nelson Évora
“Quando me lesionava era o melhor que podia acontecer porque ia ter mais tempo para mim”
Recebemos um especialista em triplo salto que já deu a Portugal muitas vitórias! Nelson Évora esteve no Era o Que Faltava e explicou o que sente quando fica lesionado: “A minha frustração era dizer: “estou cansado, preciso de tempo”. Para vocês verem, quando me lesionava era mau porque o meu corpo era o meu instrumento de trabalho, mas para mim era o melhor que podia acontecer porque ia ter mais tempo para mim”.
Ao falar da infância enquanto estudante e atleta, Nelson explicou que nunca teve muito tempo para passar com a família: “Não foi fácil porque nunca tive tempo para estar com os meus pais. Entre a escola, sair da escola, ir para os treinos e chegar dos treinos cansado já o meu pai estava a dormir e a minha mãe a ir para a cama. Eu comia a comida fria porque vinha tão cansado que nem queria aquecer a comida, ia para a cama cheio e trabalhos de casa eu nem queria pensar neles! Acordava meia hora mais cedo para fazer os trabalhos de casa e fazia aquilo na diagonal porque não tinha energia nem tempo para fazer aquilo”.
O atleta já venceu várias medalhas de ouro, prata e bronze ao longo da carreira e sabe o que é ser excelente, mas a que custo? Nelson Évora explica: “a excelência está próxima da loucura. Temos de controlar tanta coisa ao mesmo tempo que a sensação é mesmo de que basta um pequeno desequilíbrio e somos vistos como loucos”. Para atingir a paz, o triplo saltador confessa que “a melhor forma de descrever a paz de um atleta é quando vamos saltar. Aquele último salto para dentro da areia é o nosso momento de paz ou de angústia. Ou sentimo-nos pesados ou sentimo-nos leves. Sentimos que não existe gravidade e que estamos fora do planeta”.