Manuela Moura Guedes

"Como não há opinião pública as pessoas deixam andar e não se ralam"

Já foi da casa, fez emissão, apresentou o TNT Todos no Top e volta à rádio para uma conversa no Era o Que Faltava. Do tempo que passou na Comercial, Manuela Moura Guedes lembra-se especialmente de uma situação engraçada com a banda UB40: “Entraram-me pelo estúdio dentro os UB40 e estavam-se completamente nas tintas para o facto de eu estar a fazer o programa. Eu fazia-lhes perguntas e eles andavam pelo estúdio de um lado para o outro! Um deles queria-se sentar ao meu colo e eu a tentar fazer a mistura das músicas. Foi das coisas mais complicadas e eu ria-me.

Mais tarde a vida profissional deu uma volta para o jornalismo. Manuela Moura Guedes acredita que existem consequências para um mau jornalismo: “Como não há opinião pública as pessoas deixam andar e não se ralam, pode-se fazer tudo e os jornalistas não são de morder a canela. Por outro lado, se calhar não há opinião pública porque não temos essa mentalidade a partir da própria comunicação social. As pessoas a quem devemos pedir mais responsabilidades são as que nos gerem".

Depois da Rádio Comercial, passou por muitos sítios e teve uma carreira que não foi um mar de rosas, especialmente por ser contra a corrente. Ainda assim, não tem medo: “Não. Já pensei nisso várias vezes. As pessoas perguntam-me: “Ah, que coragem!” e eu fico um bocado admirada porque eu digo que coragem é ter o jornalismo feito como deve ser e contar diretamente às pessoas aquilo que se passa”.