Nuno Artur Silva

“Há uma ideia perigosa de que há ‘nós’ e há ‘eles, os políticos”

Nuno Artur Silva foi “um comediante infiltrado no governo” notabilizou-se primeiro como argumentista, fundador das Produções Fictícias, do Canal Q e do mini-jornal satírico Inimigo Público e nos últimos anos foi administrador da RTP e secretário de estado do Cinema, Audiovisual e Media. Mas como é que chegou aqui? “Nós devemos participar quando nos solicitam. Disseram-me: “Já que escreveste tanto e falaste tanto, agora vem cá para este lado e vê se fazes melhor do que os que estavam antes”. É por isso que eu aceitei e foi por isso que também aceitei ir para o governo para a pasta do cinema, audiovisual e média. Se há uma coisa que eu acho perigosa atualmente é a ideia de que há nós e depois há eles, os políticos. Esta ideia que se espalha de que os políticos são todos iguais não é verdade, não o podem ser e os cidadãos têm de ser convocados e têm que participar na política”.

Aos 60 anos, vai levar essa experiência a palco. “Onde é que eu ia?...” é o novo espetáculo de stand up que vai ser apresentado em Janeiro no Teatro São Luiz, em Lisboa. “Neste momento o que faz sentido para mim é ter saído desta experiência de serviço público e voltar ao à base das bases. Escrever eu próprio e dar a cara é uma maneira e uma maneira muito direta e honesta de contar novas aventuras. Na parte de serviço público já posso dar check, já está, já fiz a minha parte”.