Arlindo Camacho

“A primeira vez que pus o pé na Guiné-Bissau percebi: isto tem um potencial que não tem fim” 

Arlindo Camacho é um fotógrafo e cineasta português. Foi para a Guiné-Bissau com o objetivo de conhecer o Carnaval da Guiné - o Nturudu. A ideia inicial era fazer apenas uma exposição, mas Arlindo decidiu: “Isto é para filmar tudo o que der para filmar e fotografar tudo o que der para fotografar”. Áudio, vídeo e fotografia estavam à sua responsabilidade. “Foi uma loucura. Eu com duas câmaras a filmar e fotografar em simultâneo”, conta à Ana Delgado Martins e ao João Paulo Sousa na conversa de hoje.   

“Nturudu - Um Carnaval Sem Máscara” é o nome do projeto que resultou numa exposição em tamanho real em Bissau, num documentário e num livro. “Este movimento cultural que acontece na Guiné Bissau é de interesse mundial daí estar a ter esta aceitação mundial. É surpreendente quando tu vês aqueles trajes, aquelas músicas… Quase que sentes o cheiro da comida na fotografia e no documentário - é sinal que é um mundo por descobrir”, afirma o fotógrafo.  

Mas o principal objetivo foi: “levarmos à mostra as pessoas que estavam no documentário. A ideia era que eles se orgulhassem de se estarem a ver ali naquele documentário… E as reações foram incríveis e que me fazem sentir hoje atualmente guineense”... O convidado sente que “poder divulgar a cultura da Guiné-Bissau é uma dádiva”: “Nós fizemos muito mal àquele povo e poder dar um pequeno contributo de melhoria e que mostra do quão maravilhoso é aquele país, é o melhor que me aconteceu na vida e o maior privilégio que tive até hoje”.