Era o que Faltava
Temporada 3
Ivan Lins
"Eu tenho uma relação muito emocional com a música. Eu chamo de meu sexto sentido"
A mãe usava a música para o acalmar: “Tocava piano para mim, tocava as músicas que eu gostava. Tocava Chopin e sabia que tinha dois prelúdios que eu adorava: o número 5 e o número 20”. Ivan Lins tem mais de 50 anos de carreira e esteve à conversa com Ana Delgado Martins e João Paulo Sousa. Quando a mãe começava a tocar, “vinha para perto do piano. A palavra perfeita é: encantamento”.
Na escola, o músico fazia caricaturas dos professores: “Fui apanhado uma vez, mas o professor riu tanto que desculpou. Uma vez, com esse professor de Português, fiz uma redação. Escrevi um conto de como eu fugi da última aula do Colégio Militar para ir à praia”. E qual era a última aula? “Do professor de Português”!
Com canções como “Madalena” ou “Começar de Novo”, algumas delas interpretadas por Elis Regina, Ella Fitzgerald, Quincy Jones, entre muitos outros, Ivan Lins tem uma carreira recheada. A música entrou na sua vida aos 17 anos, na banda do Colégio Militar: “Eu escolhi o trompete para tocar. Mas não queria aprender teoria. E eu tinha um ouvido incrível, então decorava a parte do trompete e colocava um papel fingindo que estava lendo. Um dia, o sargento descobriu”. Disse-lhe: “Você não está lendo a partitura? Você não sabe música”! E expulsou Ivan Lins da banda.
“Eu tenho uma relação muito emocional com a música. É muito visceral. Eu chamo de meu sexto sentido”, afirma o convidado. Não discrimina música porque “a música é um produto humano. Você pode até não gostar da música, mas tem de respeitar porque ali tem valores humanos que estão sendo expressados e estão pedindo para ser divididos, compartilhados com outras pessoas”.